A mídia alagoana tem umas coisas que, sinceramente, não entendo. Do nada, todo mundo começa a usar uma expressão, uma palavra etc. É mais ou menos assim. O primeiro fala, o segundo acha bonito, o terceiro repete e a partir daí vira moda.
Brasil, o país das negociatas |
É o que está acontecendo no momento com o termo negociata. Quando temos duas ou mais partes conversando, logo surge alguém para dizer que está havendo uma negociata. Para com isso, pessoal! Negociata não é negociação. A primeira é algo sujo, feito por debaixo dos panos, uma trama na surdina para conseguir algo de forma ilícita. A segunda, esta sim, é que deve ser empregada no sentido amplo. Misturar os dois termos é mudar completamente o sentido denotativo e dar outra conotação.
É bom ter cuidado para evitar embaraços. Presenciei certa vez, em uma emissora de Maceió, uma discussão acirrada entre uma autoridade e o âncora do programa, exatamente porque o apresentador não sabia diferenciar negociação de negociata, tendo perguntado a um Deputado Federal "como estavam as negociatas" para conseguir determinada coisa. O parlamentar saltou p'ra cima do entrevistador com um duro "Você me respeite. Eu não sou homem de negociatas". Penso que até hoje o radialista se pergunta o porquê da fúria do político. Cuidado!