A Secretária do Esporte, Lazer e Juventude de Alagoas Cláudia Petuba (PC do B) está tentando tirar o foco do péssimo estado da cancha do Estádio Rei Pelé, em Maceió, afirmando que a reclamação geral pelo uso indevido do gramado seria uma questão de gênero. Chegou a afirmar que "Tem muita gente que acha que não deveria ter jogo de menina aqui dentro do Estádio".
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| Copa RM: ideia ótima com local impróprio |
Não faça jogo de palavras, debuxo de Secretária. Todos entendemos que competições que valorizem, não só as mulheres, bem como todos os que vivem à margem do esporte, mergulhados em espaços tomados pelas drogas e violência, são importantes, sim, e nós aplaudimos a iniciativa. O que reclamamos é o estrago que está sendo promovido no campo de jogo do Trapichão, por conta do mau uso.
Quando queremos promover a igualdade social no esporte, valorizar o talento que está escondido nas grotas, o simples fato de colocá-lo para jogar em um estádio profissional, não irá tirá-lo da miserabilidade em que vive. O processo é muito maior e envolve não só governos, mas outras entidades da sociedade civil organizada. Nossa tese é que as competições amadoras sejam levadas para o espaço onde a miséria está instalada. Que nestes locais sejam construídos parques esportivos para uso contínuo das pessoas, e que lá, sejam disputadas as competições, para que elas sirvam como pinças a arrancar jovens e adolescentes das mãos dos traficantes de drogas. O fato isolado de colocar jogos no Trapichão não dá cidadania a ninguém.
A falácia precisa deixar de acontecer e o profissionalismo há de entrar em campo. Acabar com o gramado do Trapichão sob a falseta de que se está dando cidadania a excluídos, não cola no mundo em que as pessoas se dão ao direito de pensar. Respeitemos a massa-cinzenta dos outros!
