Belo gesto do radialista, Kleber Marques, de provocar a mídia de Alagoas a se movimentar para ajudar o companheiro Carlos Miranda, que padece de enfermidade que requer cuidados especiais, entre eles medicamentos que estão acima das finanças do radialista.
Miranda tem dificuldades até para andar |
Claro que os que têm condição irão ajudar dentro da possibilidade de cada um, em um primeiro momento. Mas a pergunta que não quer calar é: e depois, nos meses subsequentes, quem vai arcar com a despesa? Será que a ajuda será constante! Onde estão os donos de empresas para as quais Miranda trabalhou? E os que juravam fidelidade eterna, já compareceram? São refelxões que deixo no ar.
Esta não é a primeira vez a que assistimos tal situação. Não é raro vermos radialistas e jornalistas, quando enfrentam um problema mais grave, precisarem depender das famosas cotinhas. Claro está que a vida de quem trabalha no rádio é uma fantasia. Trabalha-se muito e ganha-se pouco. Então, qual a razão de quem se ocupa da comunicação aceitar tal situação? Por que, mesmo sabendo do salário que se paga no rádio, existe tanta gente na fila esperando por uma oportunidade? E o que dizer dos que trabalham sem nada receber! Será que com um mercado saturado como o de Alagoas, ainda existe espaço para a formação de novos profissionais!
São questionamentos que confesso não ter resposta para eles. O que sei é que a situação, ora enfrentada por Carlos Miranda, é apenas uma repetição do que já vi com os artistas do rádio do século passado, em Alagoas, que morreram desamparados e esquecidos, após longos anos de suas vidas dedicados à causa. É preciso encontrar uma saída, que passa por melhores salários, condições de trabalho e formação verdadeiramente profissional. Caso contrário a história continuará se repetindo.