Depois que inventaram a tal da entrevista-coletiva - entendo as razões -, o ouvinte das resenhas esportivas é obrigado a escutar a mesma conversa em todas as rádios e em todos os horários. Um "saco"!
Entrevista coletiva com o gerente de futebol do Criciúma Rodrigo Pastana |
A coletiva "engessa" os entrevistadores que, via de regra, apenas levantam a bola para que o entrevistado dê uma "enterrada na quadra". Não permite que assuntos mais sérios sejam abordados em sua plenitude. Não deixa o entrevistador conduzir a conversa, cercando o entrevistado com perguntas que forcem respostas que não permitirão, um pouco mais a frente, fugir de um assunto ou sair pela tangente. Também faz com que os temas fiquem sem sequência, sendo quebrados a cada nova pergunta formulada.
Outra coisa que fica prejudicada é a pauta. Não se pode mais criar assuntos interessantes nas redações para que os repórteres abordem no campo, visto que não se consegue falar com quem deveria ser o personagem principal da matéria. Situações delicadas, então, nem pensar. Se um jogador matar o treinador, por exemplo, será logo blindado pela assessoria de comunicação e, evidentemente, não será escalado para dar entrevista.
Como afirmei no começo, entendo os motivos da entrevista-coletiva nos tempos modernos, com inúmeros veículos de comunicação para abordar os eleitos, que se falassem de forma isolada com cada repórter passariam o dia todo somente na janela com os comunicadores, mas reconheço que está muito difícil escutar a mesma coisa todo dia e a toda hora. Ufa!