Confesso que ainda não havia me manifestado a respeito da polêmica lei aprovada na Assembleia Legislativa de Alagoas, de autoria do Deputado Ricardo Nezinho (PMDB), conhecida como Lei da Escola Livre, que foi repudiada pelos educadores por entenderem que tira a liberdade de expressão dos professores em sala de aula.
Deputado Ricardo Nezinho foi mal interpretado pelos professores |
Sinceramente não entendi assim. Pelo que li, assimilei que a ideia é exatamente o oposto. O pensamento do legislador foi abrir para que todos os temas fossem abordados igualmente na sala de aula, mas sem que uma doutrina fosse enfocada mais fortemente do que outra, de acordo com o pensamento do educador, ou seja, sem que haja doutrinamento para que os alunos passem a pensar da mesma forma do professor, a quem cabe abordar o assunto, mas sem "fazer a cabeça da meninada".
Por incrível que pareça, o que talvez tenha provocado a revolta dos lentes foi a redação da lei, quando em alguns momentos usa expressões como "são vedadas" e "não", o que deu margem aos lamentos de quem trabalha em sala de aula. Quem sabe se uma redação "dando direito ao aluno" tivesse sido melhor compreendida. Por exemplo: onde está escrito que o professor "não fará propaganda religiosa, ideológica ou político-partidária em sala de aula", estivesse redigido que "O aluno tem direito a receber todas as informações de ordem religiosa, ideológica ou político-partidária de forma igualitária".
Para mim tudo não passa de um jogo de palavras, onde cada um "puxa a sardinha para a sua brasa". Mesmo com o texto já aprovado e sancionado ainda há tempo para um aprofundamento do tema, visto que a ideia não é amordaçar ninguém, e sim privilegiar a pluralidade de assuntos, que devem ser passados com a mesma intensidade, independente do credo do professor. Um ajuste na redação e tudo se resolve.