"Dai com a direita sem que a esquerda o saiba". A máxima do Evangelho ensina que ao dar algo a alguém, o ato deve ser tão contrito que se a doação foi feita com a mão direita, sequer a mão esquerda deve tomar conhecimento. No momento que fazemos propaganda do ato, diminuímos o próprio porque sinalizamos que o intuito não foi o de ajudar, mas sim de fazer publicidade própria. Tudo isso sem falar que estamos humilhando a pessoa que foi ajudada.
Infelizmente a frase bíblica não tem sido seguida ao pé da letra. Não raro vemos pessoas cantando em prosa e verso que ajudaram fulano e beltrano. Que pequenez! Outro dia um ícone da mídia nacional estava no programa que apresenta em uma emissora de São Paulo, alardeando que o hoje consagrado comentarista começou com ele. Que o famoso apresentador de televisão, o ex-jogador sicrano, pediu a ele para participar de uns programas de TV que o falastrão apresentava e que ele - falastrão - recomendou que a empresa tal contratasse o ex-jogador. "Eu inventei o... e também a...", dizia sem rodeios o cidadão. Além dos casos pretéritos, também se referiu a situações futuras. "O meu amigo "x", pediu para eu conseguir emprego para o filho do ex-jogador "y" e eu vou falar com o diretor "z" para contratar o rapaz", finalizou o falastrão. Meu Deus, quanta pobreza!
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| A escravidão já acabou |
E ainda existem os que dão oportunidade a jovens em início de carreira e ficam com raiva quando os aprendizes começam a voar com as próprias asas. É como se o fato de oferecer uma chance para começar representasse um contrato vitalício. Nem os filhos ficam para sempre com os pais! Cada um segue seu destino conforme a conveniência. Ora, se os filhos não ficam eternamente na aba dos pais, então porque no mundo profissional alguém teria que ficar com o "passe preso" ao primeiro chefe! Precisamos começar a enxergar o mundo de forma diferente. O sol brilha para todos e todos têm o direito de seguir o caminho que desejarem livremente. É o que penso.
