É louvável e merece parabéns a manutenção dos noticiosos esportivos nas emissoras de rádio, mesmo em uma época em que está tudo parado. Ainda que a bola não esteja rolando o torcedor gosta de ficar sabendo o que está acontecendo no clube para o qual tem inclinação. Mesmo assim, e reconhecendo o esforço hercúleo de quem está no batente, entendo que o tempo utilizado poderia ser melhor aproveitado.
O microfone precisa levar mais conteúdo ao público |
O debate é sempre bem-vindo. Opiniões discordantes sempre aguçam a audiência. E como fazer isso se a maioria está trabalhando em casa? Neste momento entra no ar a tecnologia. Do local onde estiverem, os integrantes da equipe podem entrar no ar, pelo telefone ou outra ferramenta, como o Skype, por exemplo. Basta a equipe técnica montar as condições necessárias no lugar onde cada um se encontrar. Agora reconheço. Dá trabalho. Mas, mesmo assim, a trabalheira é uma vez só. Depois de tudo instalado é só ligar e desligar. O canal Fox Sports é um exemplo. Segue apresentando o Fox Sports Rádio com todos os participantes entrando no ar, by Skype, de casa.
Esta pequena mudança traria vozes que estão escondidas para o éter, incrementaria a qualidade e acabaria com as tenebrosas sonoras com perguntas que são repetidas todos os dias. Já sabemos, até, o que vai ser perguntado: "Você está em Maceió ou fora da Cidade?; Você está treinando em casa ou fora dela?; Você tem algum idoso ou pessoa em situação de risco na família? Agora que temos mais tempo, passe para a gente o seu currículo...".
Vamos combinar. Mesmo na sonora (entrevista gravada) os temas podem ser ampliados. Lembro-me de Jô Soares - o melhor entrevistador do Brasil - que quando iria entrevistar, por exemplo, um cientista a respeito da inclinação do eixo da Terra e descobria durante a conversa que o entrevistado havia sido cobrador de ônibus, esgotado o tema principal, passava a buscar curiosidades ocorridas nas viagens em bólido coletivo. O mesmo pode ser feito quando das sonoras em época de Covid-19. Tenho dito.