A extinção das chamadas torcidas "organizadas" não resolverá o problema da violência, dentro e fora dos estádios, - o buraco é muito mais embaixo -, mas será o primeiro passo para a solução. O ato de acabar com elas eliminará, de imediato, a figura dos chefes de torcida e com isso a promiscuidade entre eles, clubes, jogadores - o Deputado Romário (PSB-RJ) pode comentar o tema - e diretores inescrupulosos que usam os caciques das torcidas como cabos-eleitorias. Também representará mais bilheteria para as entidades de prática desportiva, pois acabará com os ingressos graciosos que são distribuídos com as "organizadas" toda vez que tem jogo.
Segunda providência: vender ingresso numerado para que cada torcedor ocupe o espaço reservado para a numeração comprada (é preciso ter estádio moderno). Assim os vândalos não conseguiriam sentar juntos, dificultando os "arrastões". A cada ingresso vendido, obrigatoriedade de o comprador deixar registrada a digital e venda de um ingresso apenas por pessoa. Com câmeras de altíssima qualidade, e funcionando, ao menor sinal de briga o torcedor seria identificado pela posição em que se encontrava no estádio antes do evento delituoso.
Apanhados em flagrante os bandidos seriam submetidos aos rigores da lei e impedidos de ir ao estádio por um longo período. Em caso de reincidência teriam a proibição agravada até que chegasse a um ponto que não poderiam mais comparecer. E como saber que ele não irá ao estádio? Pela digital. E se alguém comprar o ingresso para outro que esteja impedido de comparecer? Ao entrar no estádio novamente haveria a leitura biométrica. Em caso de briga os bancos de dados da venda e da entrada seriam cruzados e chegar-se-ia ao impostor.
Só isso resolve? Claro que não. Outras medidas envolvendo polícia e Justiça teriam que se somar a estas, mas, quem tem vontade política para fazer? Ninguém, porque dá trabalho, demanda tempo e precisa de investimento, palavra que derruba qualquer ideia, visto que o dinheiro público tem como finalidade primeira enriquecer os bandidos da política brasileira.
Não duvido nada que o amigo internauta que está lendo este post neste momento esteja pensando que é devaneio e dando boas gargalhadas, achando que são proposições lunáticas. Só espero que as rizadas de hoje não se transformem em lágrimas no amanhã, derramadas no velório de algum parente trucidado por uma falange de marginais, apenas porque foi ao estádio torcer pelo clube que amava.