Foi em uma emissora de rádio de Estância (SE). Um âncora de nome Beto entrevistava uma autoridade municipal que falava com muito ânimo a respeito das realizações do município sergipano. O assunto era a Praia de Abaís. "Colocamos muitas lixeiras na praia para que os visitantes não depositem sujeira nas ruas", disparou o entrevistado, ao que retrucou o apresentador do programa. "Fulano, eu estive lá e não vi essas lixeiras que o Senhor está falando, não", disse o radialista. Foi o suficiente para escutar do defensor das coisas do município: "É porque você é cego". O radialista perdeu a graça e, pego de calças-curtas, apenas disse: "É, eu devo ser cego mesmo".
Em outro momento o entrevistador quis saber das providências adotadas pelo município com relação a uma tartaruga que apareceu morta na praia. A "autoridade" saiu-se com essa: "O pessoal responsável já fez a necropsia, mas a causa da morte do animal eu não posso revelar porque corre em segredo de justiça". Confesso que dei boas gargalhadas ao escutar tamanha asneira dita pelo falante. Ao que sei é o primeiro caso de morte de tartaruga, no mundo, que "corre em segredo de justiça". Em tempo. O apresentador do programa engoliu a resposta, em seco, como um anfíbio perdido no deserto.