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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

É bom não esquecer

Em 29 de setembro de 1992 Fernando Collor de Mello perdeu a Presidência da República, afastado através do instituto do impeachment. A justificativa da época dava conta de que o Presidente, eleito em 1989, cometera   crime de responsabilidade por ter usado cheques fantasmas para o pagamento de despesas pessoais, como uma reforma na Casa da Dinda (residência do Presidente, em Brasília) e a compra de um carro Fiat Elba. Foi o suficiente para perder o poder, com a ajuda fundamental do PT, que à época fazia oposição contumaz ao político forjado nas Alagoas, principal aliado de hoje.


O impeachment de Collor chegou à Casa da Dinda nas rodas de um Fiat Elba

Se a reforma de uma casa e a compra de um carro-popular foram motivos suficientes para a derrubada de um Presidente legitimamente eleito, o que dizer do maior escândalo da História do Brasil, que começa com o mensalão, passa pela Petrobras, se refestela com superfaturamento de obras - A Copa é um exemplo -, para não falar de outras coisas. Se o mesmo peso e a mesma medida que foi usada para Collor, for empregada, agora, para Dilma, não vejo outra saída. Um novo impeachment estará a caminho e não haverá discurso bondoso capaz de detê-lo. O impedimento já está presente no inconsciente-coletivo do povo brasileiro.