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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O fato que se repete

Belo gesto do radialista, Kleber Marques, de provocar a mídia de Alagoas a se movimentar para ajudar o companheiro Carlos Miranda, que padece de enfermidade que requer cuidados especiais, entre eles medicamentos que estão acima das finanças do radialista. 


Miranda tem dificuldades até para andar
 
Claro que os que têm condição irão ajudar dentro da possibilidade de cada um, em um primeiro momento. Mas a pergunta que não quer calar é: e depois, nos meses subsequentes, quem vai arcar com a despesa? Será que a ajuda será constante! Onde estão os donos de empresas para as quais Miranda trabalhou? E os que juravam fidelidade eterna, já compareceram? São refelxões que deixo no ar.

Esta não é a primeira vez a que assistimos tal situação. Não é raro vermos radialistas e jornalistas,  quando enfrentam um problema mais grave, precisarem depender das famosas cotinhas. Claro está que a vida de quem trabalha no rádio é uma fantasia. Trabalha-se muito e ganha-se pouco. Então, qual a razão de quem se ocupa da comunicação aceitar tal situação? Por que, mesmo sabendo do salário que se paga no rádio, existe tanta gente na fila esperando por uma oportunidade? E o que dizer dos que trabalham sem nada receber! Será que com um mercado saturado como o de Alagoas, ainda existe espaço para a formação de novos profissionais!

São questionamentos que confesso não ter resposta para eles. O que sei é que a situação, ora enfrentada por Carlos Miranda, é apenas uma repetição do que já vi com os artistas do rádio do século passado, em Alagoas, que morreram desamparados e esquecidos, após longos anos de suas vidas dedicados à causa. É preciso encontrar uma saída, que passa por melhores salários, condições de trabalho e formação verdadeiramente profissional. Caso contrário a história continuará se repetindo.